Vereadores de todas as regiões do Estado lotaram o Plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte para participarem da reunião da Frente Parlamentar Municipal de Investigação da Copasa durante os dias 27 e 28 de junho. O deputado estadual Antonio Carlos Arantes (PSDB), que tem criticado a empresa pelas inúmeras irregularidades cometidas em diversos município da região, fez questão de marcar presença na abertura do evento, na manhã desta quarta-feira (27/06), ocasião em que se encontrou com vereadores e conversou sobre os problemas graves causados pela Copasa.
O presidente da Câmara de Caxambu, vereador Mário Alves, afirmou que vão instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Copasa e sua atuação no município. O vereador Júlio da Corneta, que é vice-presidente, afirmou que é importante a união dos vereadores do Estado para cobrar da empresa uma prestação de serviços com qualidade e correção a nível estadual. De Caxambu, estavam presentes também os vereadores Paulinho, Jean, Alessandro e Kiko.
Para o presidente da Câmara de Santa Rita do Sapucaí, Marcos Azevedo Moreira, não resta dúvidas de que a Copasa tem cometido crimes ambientais graves. Ele é o presidente da CPI que foi instalada em 3 de novembro de 2017 e será concluída no próximo dia 3 de julho. “Descobrimos uma lagoa de esgoto feita pela Copasa no bairro da Queima, 11 pontos de lançamento de esgoto no rio Sapucaí. Um absurdo”, denunciou o vereador.
O vereador Giácomo Henrique Costanti, relator da CPI em Santa Rita do Sapucaí, disse que a investigação mostrou, ainda, que a Copasa realiza obras nas ruas do município, quebra tudo, abre buracos e demora mais de 90 dias para fechar. “Isso quando fecha”, falou indignado. “A água tratada foi encaminhada para análise, pois queremos saber qual a qualidade dela, se está adequada para o consumo ou não”, explicou Giácomo. Os vereadores disseram ao deputado que o relatório está pronto e será entregue ao Ministério Público da Comarca de Santa Rita do Sapucaí, à Prefeitura e ao Ministério Público de Minas Gerais.
Uma comitiva de vereadores de Camanducaia também participou da reunião e levantou as mesmas questões contra a empresa. Segundo o vereador Gilmar Pereira, a Copasa assinou contrato com a Prefeitura em 2006 e nele constava que, em cinco anos, a cidade teria esgoto tratado, o que não ocorreu. “Já são 12 anos de atraso e a Copasa cobra 40% da conta do cidadão pelo tratamento de esgoto que não é feito. Ela está cobrando por um serviço que não está fazendo. O que era para ser um ganho para a sociedade e para o meio ambiente virou um grande prejuízo para todos”, criticou Gilmar Pereira, que estava acompanhado dos vereadores Carlos César Teodoro, Edivaldo Batista, José Carlos Mota, Leandro Lopes de Toledo e Valdir Donizette.
Para os deputados Arantes e Fabiano Tolentino, que também tem criticado a Copasa pelas irregularidades cometidas em todo o Estado, é importante a união dos municípios nessa luta. “A Copasa tem deixado muito a desejar. Não tem cidade que não tenha reclamação contra ela. E como a empresa praticamente não tem concorrência, poderia prestar um serviço de excelente qualidade. Mas não é o que estamos vendo. Ela cobra caro pela água, cobra caro pelo tratamento de esgoto que não entrega, polui rios e córregos, não presta contas a nenhum órgão de fiscalização ambiental. Os prefeitos e vereadores sabem que podem contar com o nosso apoio nessa causa”, concluiu Arantes.